A TV Gazeta, afiliada da Globo em Alagoas, está sendo acusada de promover retaliações contra jornalistas que aderiram à greve da categoria em todo o Estado alagoano, ocorrida em junho passado.
Logo após a greve a emissora demitiu 15 jornalistas e apresentadores. No entanto foi obrigada pela Justiça trabalhista a reintegrá-los.
A emissora até acatou a decisão, mas logo após a reintegração iniciou um processo de retaliação. O objetivo da direção da TV era reduzir em 40% o salário das equipes, o que não foi aceito.
A emissora –que pertence à família do senador Fernando Collor de Mello– inicialmente deu férias forçadas a todos os reintegrados por força da lei.
A seguir passou a rebaixá-los de cargo, com redução de ganhos, benefícios e visibilidade.
Editores viraram produtores. Apresentadores viraram editores. Produtores foram trocados de postos e colocados em cargos menores.
Ancoras e comentaristas com anos de casa foram afastados do ar.
A TV Gazeta em Alagoas enfrenta uma grave crise econômica e até mesmo política. Nos próximos dias deverá ir à leilão o prédio que sedia a emissora, para pagar dívidas.
O diretor-executivo, Luís Amorim, está sendo investigado pela Lava-Jato, assim como o próprio Collor de Mello, há anos acusado de corrupção e que teve uma prisão de 22 anos pedida pela PGR (Procuradoria Geral da República) em abril.
Nas redes sociais, inclusive, é possível acompanhar ao público pedindo o retorno dos apresentadores.
Entre os afastados estão apresentadores (as) do Bom Dia Alagoas, ALTV 1ª Edição, Gazeta Rural e do Globo Esporte Alagoas.
Na próxima quinta (15) haverá uma audiência da ação movida pelo Ministério Público do Trabalho contra a emissora.
Durante a semana, a coluna procurou a direção da TV Gazeta, afiliada da Globo, duas vezes.
Em ambas foi informado o motivo do contato, o teor das acusações sobre a emissora e solicitada uma manifestação oficial sobre o caso.
A direção da TV Gazeta simplesmente ignorou as mensagens.
AUVARO MAIA
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