- ACREDITAR que ele, Papai Noel, existe, não vem ao caso, nem interessa hoje, véspera de Natal. Pelo sim, pelo não, faz de conta que ele é real. O resto é lenda? Pode ser. Na base do faz de conta, ou da verdade mesmo, não custa nada agradecer em nome do futebol cearense. Com as devidas restrições. E com licença de São Tomé, aquele, do "ver para crer".
- ANO de ouro, sim, pro futebol cearense. Desde que existo, bote lá um tempão, jamais tinha visto algo igual. Uma benção dos céus.
- MELHOR vem agora. Ter sido o Ferroviário, o Ferrão do meu coração e dos meus amores, quem descerrou essa cortina, com o título da Série D, primeiro da história dos grandes clubes locais. A estrela que vai cintilar na sua camisa é a mesma que cintilará nos que conseguiram tal feito, pouco importa por qual Série. Campeão é campeão e não se fala mais nisso.
- PARA completar a festa, eis que o Fortaleza chega ao título de campeão da Série B, podia ter sido invicto, faltou pouco. E precisava ser no ano do seu centenário? Se a emenda foi boa, o soneto foi melhor ainda. Qual tricolor, enquanto vida tiver, se esquecerá deste feito tão extraordinário. Fez a festa que fez e ainda tem muito mais pra comemorar.
- SEM esquecer, meu bom Noel, que antes de chegar à consagração passou 8 anos penando na Série C. Foi lá onde pagou seus pecados, até se purificar, aqui na terra deste futebol que é pobre, porém é nosso, com todo orgulho que o cearense tem.
- PRA fechar o ciclo de ouro, faltava só o Ceará permanecer no Brasileirão. Embora tenha passado mais tempo na maldita zona do rebaixamento. Foi preciso chegar um doido para, travestido de milagreiro, tirá-lo do atoleiro, mesmo que aos trancos e barrancos. Nome dele, a torcida alvinegra, jamais esquecerá - Lisca. Uma figura que sabe tirar, como ninguém proveito do marketing próprio. Virou popstar da imensa torcida alvinegra que até criou bordão especialmente pra ele, misturando doido, com hospício, arranjou uma rima, fez um arranjo, deu certo.
- CEARÁ cravou sua permanência com duas rodadas antes do término do Brasileirão, borrifando o combustível da tensão, da emoção e...finalmente do alivio. Ufa!
- FICO aqui a imaginar os maiores do futebol cearense, cruzando os bigodes, na elite da Série A. Será algo inédito nos pontos corridos.
- ASSIM como cabe imaginar o Castelão, toda semana, recebendo um clube de expressão do futebol brasileiro, numa ciranda interminável de casa cheia sem parar. Bom para os cofres dos clubes, bom para o turismo ser ainda mais incrementado, bom para o torcedor que adora atrações.
- LEMBRAR também que haverá uma disputa entre alvinegros e tricolores pra se saber qual dos dois fará melhor papel e melhor figura. Outro duelo à parte digno de ser acompanhado, cada qual no seu território, cada qual no seu palmo de terreno.
- E O duelo à parte, qual das duas torcidas dará maior público? Como os pesos são iguais impossível imaginar quem vencerá esta queda de braço. Apostem nos dois, desde que, consigam sobreviver pra próxima temporada de 2020.
São tantas emoções, melhor será acompanhar uma a uma, etapa por etapa. Emoção foi feita pra se saborear pedaço por pedaço. De uma vez só pode provocar indigestão.
- ANO chega na reta final. Dele nada temos a reclamar se só nos trouxe coisas boas. Para o futebol cearense, bem entendido. Nos outros segmentos, nesta cumbuca prefiro não meter a mão, até porque essa praia não é a minha. Um dia o Brasil entra nos eixos. Quem será o autor de tal façanha, aí só apelando para Deus.
- COMO minha gleba é o futebol cearense, e bairrista igual a mim impossível encontrar, daqui não arredo o pé.
- SE a Seleção Brasileira mais uma vez fracassou problema dela e da turma ficha suja da CBF. Um deles está preso nos EUA. Faltam mais dois, quem sabe outros. Nem o Tite, com aquele "titês" empolado conseguiu dar jeito. E não conseguiria mesmo. Seleção de uma nota só, Neymar cai-cai protagonista, tornou-se chacota mundial, fez um papelão na Copa da Russia. E com aquele modelo tático, sopinha de números, ao invés da facilitar complica ainda mais o simples. E onde está o simples? No invencível 4-3-3.
- QUEM, por acaso, entendeu onde o Tite quis chegar? Se não se entende o que ele fala, metido a ser filósofo, como entender o esquema da seleção dele? Deu na melada que deu. Pior foi tê-lo mantido após aquela ridícula campanha comandada pela Globo do "Tite fica". Só perdeu para o "Fora Temer". Aguentá-lo mais 4 anos aí só chamando o Papai Noel de 2022.
- ATÉ hoje, Papai Noel, fica essa abelha africana ferroando minha orelha, sem respostas que me convençam. Vamos lá. Os últimos 4 técnicos da Seleção Brasileira vieram todos do Rio Grande do Sul. Como se só o gaúcho, com o devido respeito, entendesse de futebol. Que Deus se apiede da nossa Seleção...
- ATÉ o próximo ano, então? Sim. Desde que não esqueça de deixar minha camisa, preferivelmente manga longa, do Ferrão. Pode ser na chaminé da minha casa, na janela do meu quarto, ou debaixo da minha cama...