O Governo Federal anunciou que fará pesquisa para consultar consumidores de rádio e televisão sobre a qualidade percebida dos serviços, semelhante ao trabalho que é feito nos serviços de telecomunicações. A proposta foi anunciada ontem (18) pelo secretário de Radiodifusão do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC), Elifas Chaves Gurgel. Foi levantada a questão se a ação não poderia interferir sobre o conteúdo dos veículos.
De acordo com Gurgel, a pesquisa com os consumidores de programas de rádio e televisão será considerada como parte de uma das estratégias do governo federal para construir a agenda prioritária de projetos a serem propostos para o setor. "Queremos saber o que as empresas querem do setor para que a gente possa traçar uma política aderente ao interesse público.Pretendemos entender qual a percepção do telespectador e do radiouvinte em relação ao conteúdo que está consumindo", explicou.
Segundo o secretário, o novo governo não conta com uma política já pronta para o setor de radiodifusão e a ideia é ouvir "ouvir todos os segmentos interessados no tema e colher inicialmente a maior quantidade de informações possível".
Crítica
A proposta foi criticada pelo conselheiro e jornalista Davi Emerick, representante da sociedade civil, durante o anuncio da mesma em Brasília. "Em alguns momentos da nossa sociedade, em outras épocas, ouvir a sociedade na forma como o senhor está propondo poderia significar controle social. Vamos ouvir a opinião pública sobre o beijo gay na televisão ou cenas de nudez?", questionou Emerick.
O conselheiro ainda disse que "Me parece que nos moldes como o senhor está propondo, mesmo que o senhor faça parte de um governo que se diz contrário a estes que pensavam em promover um controle social, nós estamos novamente discutindo uma forma de controle sobre a programação e sobre a mídia. Isso é muito perigoso", afirma Emerick.
Em resposta à crítica, Gurgel disse que não é a intenção do governo realizar qualquer tipo de controle sobre a produção das emissoras de comunicação, dizendo que a diversidade de pensamento é de suma importância para a democracia.
"Queremos apenas ouvir o que a população brasileira acha do setor de radiofusão. Eu preciso saber qual a qualidade percebida. Nem passou pela minha cabeça ou dos meus assessores a questão de controle social", disse Gurgel.
Com informações do portal Tele Síntese e do MCTIC
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